Maias
‡a ignorância de muitos dos presentes, ‡as conversas desinteressantes e ‡os excessos líricos do ultra-romantismo. Aanagnórise da tragédia
Associado ao sarau no
Teatro da Trindade, surge a tragédia, ou seja,Eça quis provocar um grande impacto, contrastando a festa com a desgraça.
João daEga é a chave de
Tudo, pois é ele que inesperadamente descobre que Carlos e Maria
Eduarda são irmãos, através do tio de Dâmaso, Guimarães, que, sem má intenção, revelou o segredo, que julgava desenterrado há muito.
É assim que Carlos e Maria, pensando que nada os poderia separar, acabaram separados
A superficialidade das conversas, a insensibilidade artística, a ignorância dos dirigentes, a oratória oca dos políticos e os excessos do Ultra-Romantismo constituem os objectivos críticos do episódio do sarau literário do Teatro da Trindade. Ressalta a falta de sensibilidade perante a arte musical de Cruges, que tocou Beethoven e representa aqueles poucos que se distinguiam em Portugal pelo verdadeiro amor à arte e que, tocando a Sonata Patética, surgiu como alvo de risos mal disfarçados, depois de a marquesa de Soutal dizer que se tratava da “Sonata Pateta”, tornando-o o “fiasco” da noite. Nota-se que o público alto-burguês e aristocrata que assistia ao sarau é pouco culto, exaltando a oratória de Rufino, um bacharel transmontano, que faz um discurso banal cheio de imagens do domínio comum para agradecer uma obra de caridade de uma princesa, recorrendo ainda a artificiosismos barrocos e ultra-românticos de pouca originalidade, mas no final as ovações são calorosas demonstrando a falta de sensibilidade do povo