Magda Soares
Letramento sempre aparece ligado á compreensão da escrita e da leitura e como práticas sociais, que favorece a visão de língua que usamos a todo tempo quando nos comunicamos. Alfabetização está ligada com a concepção de escrita como sistema ordenado pelas regras gramaticais, ou até mesmo de escrita como código, que é preciso decifrar.
Magda Soares afirma que, no Brasil, há um progresso do uso do conceito de letramento para denominar os processos que levam as pessoas a terem um domínio adequado da leitura e da escrita. Por exemplo, ela cita as matérias publicadas, nas quais se considera que ser alfabetizado é mais do que saber ler e escrever um simples bilhete, condição que até algum tempo tinha como satisfação para tirar uma pessoa da lista dos analfabetos.
A autora também defende a indissociabilidade de alfabetização e letramento. Ou seja, a escola deve trabalhar com os dois conceitos para evitar o mau resultado da escolar. Não basta apenas alfabetizar tem que ensinar os aspectos da língua como código, também é preciso trabalhar a língua em suas falhas.
A autora explica que, antes, o mau resultado da escolar estava relacionado ao fato de a escola privilegiar apenas a alfabetização. O ensino de língua tinha como base a relação entre o sistema fonológico e o gráfico, ou seja, entre os sons que pronunciamos e as letras que usamos para registrar esses sons.
Por outro lado, atualmente, muitas vezes o ensino da língua como sistema fonológico e gráfico é deixado de lado, causando da mesma forma o fracasso escolar, ainda que por motivos diferentes.