madeira legal
Como a cadeia madeireira ainda possui lacunas que atrapalham produtores e consumidores
Qual o primeiro fator que leva você a decidir por qual madeira comprar? O preço, é claro! Sem titubear, foi o que responderam André Figueiredo (34) e Silvia Figueiredo (31). Enquanto compravam uma porta e uma janela na Rua do Gasômetro, na capital paulista, também foram questionados se eles se preocupam com a origem da madeira no ato da compra. Disseram apenas que “exigem a nota fiscal”, acreditando que é dever apenas do poder público se preocupar com esta questão. Este comportamento da ponta de cá da corda reflete diretamente na ponta de lá. É que os produtores de madeira que respeitam as normas exigidas no país, inclusive as trabalhistas e sociais, sentem que não estão encontrando mercado para o seu produto sustentável. Para alguns, o problema está na diferença de preço entre a madeira legal, cujo custo de produção é sensivelmente mais alto em relação à produção ilegal, que além de sonegar diversos tributos, tem custos reduzidos porque não utilizam técnicas de preservação e manejo. “Os empresários que trabalham corretamente no Brasil sabem que devem ser muito eficientes, pois do seu lado existe um concorrente que o lucro dele é baseado na ilegalidade”, afirma Júlio Bachega. O consultor florestal atua no Mato Grosso, um dos maiores produtores de madeira legal com mais de três milhões de hectares de área de manejo. Mas o próprio consultor destaca que o maior desafio ainda está no desmatamento, "pois ele suprime as áreas de floresta diminuindo os estoques existentes. Esses desmatamentos podem ser legais ou ilegais e sempre com objetivo de conversão das áreas para agricultura e pecuária”, completa. Este também é o pensamento da FSC, entidade internacional que fornece certificação aos madeireiros. “Cerca de 60 por cento dos conselhos de manejo florestal estão na Amazônia, região que mais sofre com o desmatamento no