Madame Bovary associada aos texto: O Autor, O mundo e O Estilo de Antoine COMPAGNON
A.M.A.
Introdução a Literatura
1º Período Letras/Português – Noturno
A teoria literária denunciou continuamente um determinado número de ideias geralmente aceitas: já não era possível, por exemplo, acreditar que a intenção do autor determinava a significação de um texto, que a literatura fala do mundo ou que sua essência é o estilo. Mesmo assim, pode-se dizer que ela não conseguiu atingir o seu alvo. Parece que o senso comum resistiu a todos os ataques: as intenções do autor despertam ainda nosso interesse; sentimos ainda que a literatura remete ao mundo e ainda somos sensíveis a seu estilo.
A principal intenção de uma obra é associar o texto ao seu autor. Nega-se a ideia de compreender uma obra usando a bibliografia de quem a escreve. Na verdade, as intenções da pessoa que compôs um texto nunca esclarecem inteiramente sua significação. O autor e sua biografia não explicam a obra. Mas o pressuposto de uma intenção permanece ainda assim base de toda interpretação. O autor possui inteira responsabilidade pelo conteúdo, sentido e significação do seu texto, o que remete a ideia de qual teria sido a motivação de Gustave Flaubert, ao escrever Madame Bovary (1857).
Gustave Flaubert foi um escritor romântico do século XIX em guerra com suas próprias obsessões românticas. Ele criou Madame Bovary para explorar as contradições do seu coração. Levando em consideração que autor de uma obra expõe, na mesma, a descrição de seus sentimentos, Flaubert critica o humanismo e individualismo. Emma, desejando encontrar o amor, encara o adultério e se arrisca totalmente para isto. Tratando-se do século XIX, o adultério é ameaça a todos os valores de estrutura da sociedade burguesa. Um homem poderia acusar sua mulher de adultério em qualquer contexto, e mesmo assim, impor a ela rígidos castigos.
Para o entendimento de uma obra, os formalistas russos e os novos críticos americanos eliminaram o autor para assegurar uma maior