Macunaíma
O herói sem nenhum caráter
Mário de Andrade
CONTEXTO HISTÓRICO
Semana da Arte Moderna (13 a 17 de fevereiro de 1922);
Desenvolvimento das metrópoles (São Paulo com quase 1 milhão de habitantes);
Imigração;
Tenentismo;
Coluna Prestes;
República Velha.
Macunaíma e a renovação da linguagem literária
Mário de Andrade reelabora literariamente temas de mitologia indígena e visões folclóricas da Amazônia e do resto do país, fundando uma nova linguagem literária, saborosamente brasileira; Mário de Andrade nunca escondeu que tomou como fonte principal para a redação de
Macunaíma a obra Vom Roroima zum Orinoco (Do Roraima ao Orenoco) de Theodor KochGrünberg, publicada, em cinco volumes, entre 1916 e 1924;
Nacionalista crítico, sem xenofobia, Macunaíma é a obra que melhor concretiza as propostas do movimento da Antropofagia (1928);
Nesse romance, encontram-se dadaísmo, futurismo, expressionismo e surrealismo aplicados a um vasto conhecimento das raízes da cultura brasileira.
A RAPSÓDIA
Mário de Andrade nos conta que escreveu Macunaíma em seis dias, deitado, bem à maneira de seu herói, em uma rede na “Chácara de Sapucaia”, em Araraquara, SP. Diz ainda: “Gastei muito pouca invenção neste poema fácil de escrever (…). Este livro afinal não passa duma antologia do folclore brasileiro.” ;
Fruto de anos de pesquisa das lendas e mitos indígenas e folclóricos relidas por meio de uma linguagem popular e oral de várias regiões do Brasil;
Trata-se, por isso mesmo, de uma rapsódia, obras que reúnem séculos de narrativas poéticas orais, resumindo as tradições folclóricas de todo um povo.
O herói sem nenhum caráter
O brasileiro não tem caráter (não possui nem civilização própria nem consciência tradicional); Manifestação da falta de caráter por meio dos costumes, da ação exterior no sentimento na língua, da História, etc.;
Desconstrução do herói (clássico);
Formação por meio da mistura, do multiculturalismo.
Foco narrativo
Embora predomine o