Macunaíma e a semana de arte moderna

Macunaíma foi publicado em 1828 e conta a história de um herói sem nenhum caráter, é uma das obras pilares da cultura brasileira. Com uma narrativa fantástica, Mário de Andrade reelabora nesta obra temas da mitologia indígena com visões folclóricas da Amazônia e do resto do Brasil, criando uma linguagem literária bem brasileira. O tom bem-humorado e o talento narrativo e linguístico encontrados em Macunaíma fazem com que esta obra modernista de Mário de Andrade seja a mais afinada com a literatura de vanguarda no mundo. O autor usa provérbios do povo brasileiro e aproxima a língua escrita ao modo de falar, o que é um desafio pondo em conta a exaltação existenye no Brasil a língua culta. No texto encontramos ainda traços do Dadaísmo, futurismo, Expressionismo e Surrealismo, sobrepostos às raízes da cultura brasileira. Assim como Memórias Sentimentais de João Miramar (1924) e Serafim Ponte Grande (1933), de Oswald de Andrade, Macunaíma foi uma obra revolucionária ao provocar o sistema cultural vigente com uma nova linguagem literária. Macunaíma é a obra que melhor sintetiza as propostas do movimento da Antropofagia, pois em seu texto o autor crítica o nacionalismo, mas não chega a ser xenofóbico. A Antropofagia tem essa característica, ao invés de rejeitar o que vinha de fora, ela propunha que se consumisse apenas o que havia de bom na arte estrangeira. Que se comesse apenas aquilo que merecesse ser comido. Existe um caráter nacionalista, é feita também uma crítica ao Brasil. Seus defeitos não ficam de fora A narrativa possui um caráter místico, com acontecimentos que não são, necessariamentes, presos à uma possível realidade. O povo brasileiro é retratado a partir da figura de um anti-herói. Existe também uma inovação na sua estrutura, que não segue uma ordem cronológica e nem espacial. A importância da obra se dá devido a essa renovação da linguagem literária, que resgata a "malandragem" herdada de obras como Memórias de um Sargento de Milícias (1852) de