Macroeconomia
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Opinião
Justiça nos sacrifícios
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26 de Março, 2014por Francisco Sarsfield Cabral
As crescentes desigualdades de rendimentos, de aqui tenho falado, já preocupam instituições conotadas com o capitalismo puro e duro, como o FMI. Na sequência de outros estudos, um relatório de economistas do FMI, publicado este ano, reconhece que nas últimas décadas as desigualdades de rendimentos aumentaram nos países desenvolvidos e nos países em desenvolvimento. E afirma haver “cada vez mais provas de que uma alta desigualdade de rendimentos pode prejudicar a estabilidade macroeconómica e o crescimento”.
Claro que o crescimento económico não é um valor absoluto - as desigualdades também levantam problemas éticos e de coesão social, independentemente dos seus efeitos na economia. Ainda assim, saúdem-se as preocupações do FMI. Embora o estudo não seja da responsabilidade oficial do FMI, são economistas seus quem o redige.
Este relatório investiga a conciliação de impostos que redistribuem rendimentos, bem como de gastos do Estado em apoios sociais, com a eficácia económica. De passagem o relatório analisa os efeitos em matéria de igualdade em países, como Portugal, que tiveram que reduzir fortes desequilíbrios orçamentais.
Em 2008-2012 as medidas para reduzir o défice do Estado geraram uma perda média de 6,3% no rendimento disponível dos portugueses, que compara com 11,6% na Grécia. E contra os que consideram injusto o nosso programa de ajustamento, os economistas do FMI revelam que Portugal foi o país onde a repartição da austeridade foi mais progressiva, ao cortar aos 20% mais ricos o dobro do que tirou aos 20% mais pobres (a Irlanda não foi objecto do estudo).
Daqui não se pode concluir que entre