MACRO E MICROECONOMIA
O diretor lembrou que o BC iniciou o processo de ajuste de juros em abril e que, desde então, a taxa básica Selic já subiu 1,75 ponto percentual. Ainda assim, segundo ele, a inflação acumulada em 12 meses no horizonte relevante segue elevada, embora com tendência declinante.
O Relatório de Inflação de setembro aponta inflação acima de 5% em todo o horizonte relevante para a política monetária, ou seja, até o terceiro trimestre de 2015. A meta de inflação é de 4,5% no ano, com margem de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. "Não tenho nada a acrescentar sobre isso."
Hamilton classificou a inflação como alta e em patamar desconfortável. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) estimado para o fim de 2014 está em 5,7% e em 5,5% no terceiro trimestre de 2015. "Contudo, há um processo de ajuste na política monetária em curso e precisamos aguardar em que medida a inflação vai responder a esse processo para trazer a inflação para baixo."
Entre os riscos para a inflação, o diretor citou a alta dos salários acima da produtividade e o comportamento futuro dos preços administrados. Além disso, há o comportamento da taxa de câmbio. Hamilton lembrou que o repasse das variações cambiais para a inflação acontece em dois estágios: primeiro, nos preços no atacado, que já refletem o dólar mais caro. Depois, tal efeito aparece nos preços ao consumidor.
Segundo ele, a depreciação cambial recente foi um dos fatores que impediram que as projeções de inflação tivessem uma redução mais expressiva diante do ciclo de alta da taxa de juros. As projeções tanto no cenário de mercado quanto no de referência apontam IPCA acima