maconha uma forma de segregação
A maconha teve origem no Afeganistão, onde possui seu primeiro registro em 27.000 a.C. Era utilizada por diversos povos na fabricação de tecidos, papéis, cordas, palitos e óleo. Também esteve presente na formação do Brasil, onde as velas e cordas das caravelas portuguesas eram feitas de cânhamo. Era também a matéria-prima base no mundo antes do petróleo. Assim, no final do século XIX a maconha virou moda entre os artistas e escritores franceses e assim espalhou-se pelo mundo.
Nos anos XX a guerra contra a maconha foi motivada por fatores raciais, econômicos, políticos e morais, e não por argumentos científicos. “A maconha foi proibida por interesses econômicos, especialmente para abrir o mercado das fibras naturais para o náilon”, afirma o jurista Walter Maierovitch.
Nas primeiras décadas do século XX a planta era liberada. No Brasil, a maconha era “coisa de negro”, fumada nos terreiros de candomblé e por agricultores depois do trabalho. Na Europa era associada aos imigrantes árabes e indianos e nos Estados Unidos, quem fumava eram os mexicanos. Ou seja, em boa parte do mundo, fumar maconha era relegado às classes mais baixas e marginalizadas e era visto com antipatia pelas classes médias brancas. Devido a isso, vários Estados passaram a proibir a substância.
Em 1937, Harry Aslinger, funcionário do governo, foi ao Congresso dizer que sob o efeito da maconha, “algumas pessoas embarcavam numa raiva delirante e cometem crimes violentos”. Com isso os deputados votaram pela proibição do cultivo, da venda e do uso da cannabis. Diante disso, ela deveria mesmo ser proibida? Será mesmo que um século depois ainda precisamos punir uma substância como forma de segregar a baixa sociedade?
Diversas pesquisas já foram feitas para investigar o tema e todas concluíam que “o uso prolongado da droga não leva à degeneração física, mental ou moral”, segundo pesquisa encomendada por Fiorello La Guardia em 1944. Há milhares de anos a maconha é