Machado de Assis - Trabalho Escrito
PBS 610
Será que temos, verdadeiramente, livre-arbítrio ou estejamos destinados a um rígido destino? Esta é a pergunta que foi feita ao longo da humanidade. Como seres conscientes, temos uma obsessão com a questão de se ou não são significativos os nossos desejos. Perguntamo-nos se temos influência sobre o processo das nossas vidas porque isso afetaria a perspectiva com a qual vemos nossas escolhas. A ideia de uma vida pré-determinada pode ser desestimulante para alguns, na medida em que precisa de pouca razão para as pessoas darem peso às suas decisões e fadiga para uma vida melhor. Por outro lado, o destino pode ser um mecanismo pelo qual as pessoas libertam-se de qualquer responsabilidade por suas ações. Em suas histórias "A Cartomante" e "o Pai Contra Mãe", Machado de Assis aborda este conceito da responsabilidade. Escritas quase como paródias, estas pequenas histórias presentam para o leitor, através do uso da ironia, a questão seguinte: Como seres conscientes temos o não o dever de respeitar os desejos e a vontade dos outros?
O principal objetivo da ironia em “A Cartomante" é realçar e ridicularizar a ignorância do personagem principal. Uma das primeiras descrições de Camilo é, "Camilo era ingênuo na vida moral e prática…Nem experiência. Nem intuição" (209). Com esta introdução, os leitores já estão cientes de que eles deveriam esperar pouco do personagem principal. O narrador afirma que "Camilo preferiu não ser nada, até que a mãe lhe arranjou um emprego público" (209). É claro que este homem está enfaticamente contra as visitas de sua esposa para a cartomante, mas ele não consegue assumir o controle da sua própria vida. Ele ri da crença de sua esposa, porque ele considera absurdo que a vida de uma pessoa pode ser predeterminada, mas ele próprio não exercita o seu livre-arbítrio. Ele simplesmente deixa as coisas acontecer, mesmo na própria vida dele.
A ironia está presente quando, mais tarde na história, em desespero de causa, Camilo