Macbeth de Shakespeare e Macbeth de Polanski
Macbeth é uma tragédia de um dos maiores escritores de todos os tempos: William Shakespeare. O livro segue os passos de Macbeth (personagem), que após estranha profecia de três bruxas, começa a ambicionar o trono do Rei Duncan, tendo que cometer atrocidades pelo caminho. Assim como Anne Ubersfeld declara no texto “Texto e Representação”, muitas das ações da obra ficam a cargo da interpretação do ator, ou do entendimento do leitor. Neste caso específico, as motivações de Macbeth (personagem) podem ter múltiplas interpretações, sendo ele coagido a tomar suas ações por sua esposa, Lady Macbeth, pela profecia das bruxas, ou por um desejo já existente em si. Provavelmente, seja a combinação de todas estas opções. A tradutora Barbara Heliodora, na introdução da história para a edição da Editora Abril, tira a importância de Lady Macbeth aos atos de seu esposo, pois afirma que “não há herói shakespeariano que não seja integral e exclusivamente responsável por seus atos”. Porém, a interpretação deste texto, juntamente com o trabalho de todos na composição de uma peça teatral, constituem um sentido que ultrapassa o conjunto textual, tornando uma leitura do texto diferente de outras, que podem mostrar uma Lady Macbeth com um papel mais fundamental, ou aumentar/diminuir a importância da profecia das bruxas na história. Como Ubersfeld diz: “A relação textual diálogo-didascálias é variável de acordo com as épocas da história do teatro”; este fator também pode influenciar a importância de referidos personagens, de acordo com a visão atual da sociedade perante o papel da mulher, entre outros tópicos.
A representação apresentada pelo diretor Roman Polanski em “The Tragedy of Macbeth”, de 1971, nos apresenta uma visão mais sombria da obra de Shakespeare, com maior propensão à violência e nudez, fatores que não são comuns à referida obra. Enquanto Shakespeare apenas cita a morte de um