Lúdico e escola: entre a obrigação e o prazer, de geovanina gomes de freitas olivier
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Resenha do texto: Lúdico e Escola: entre a Obrigação e o Prazer, de Geovanina Gomes de Freitas Olivier
A relação entre dever e lazer vem criando indagações ao longo do tempo que demonstram a insatisfação do modelo atual sobre como essa questão é lidada. Em nossas vidas, espera-se que atendamos às exigências do dever e somente após isso, as relacionadas ao prazer. Prazer esse que fica relegado a segundo plano, pois parece não ter função na manutenção das estruturas sociais. Na Família, a transmissão de valores se dá com base nas relações afetivas e as crianças pouco a pouco aprendem que quando agem de acordo com os valores privilegiados pelos pais recebem destes, demonstrações de carinho. Quando, ao contrário, agem de maneira diversa, recebem manifestações de desagrado, castigos, punições, que as informam do risco de perderem o amor dos pais. Antigamente, havia a possibilidade de vivências prazerosas, sem compromissos, e o tempo mágico das brincadeiras estava ao alcance das nossas mãos; agora, a obrigação sistematizada introduzia o tempo do relógio e o “dever de casa” invadia o reino encantado, o reino do lúdico. Se a escola prepara a criança para a vida adulta, devemos questionar qual o método adotado por ela? Se a ênfase recai no futuro, o presente não tem importância, não importa o que a criança é, mas sim o que ela vai ser, não é a toa que sempre perguntamos a elas: “O que vai ser quando crescer”. De certo modo estamos reafirmando a insignificância do que elas são hoje: crianças. A especificidade da infância, que é justamente a possibilidade de vivenciar o lúdico, é ignorada em prol da disciplina, do esforço, da aquisição de responsabilidade e de outras funções ditas “sociabilizantes”. O mundo escolar é marcado pela preparação para o futuro, pela importância das atividades adultas (conseqüentemente, pela negação da infância) e pela homogeneização dos sujeitos, abstraídos em um ideal de futuro cidadão. Nele imperam a racionalidade, a produtividade