Lítio
Fernanda Della Méa Hanemann *
RESUMO
O carbonato de lítio, embora não tenha mecanismo de ação completamente elucidado, é o medicamento de escolha para o tratamento do transtorno de humor bipolar, uma doença mental que provoca períodos alternados entre dois estados antagônicos (mania e depressão), usualmente causando prejuízo psicossocial e comprometimento da qualidade de vida dos pacientes, além de estar relacionada a crises suicidas. A complexidade da doença e as características do lítio quanto aos efeitos adversos, variabilidade farmacocinética, interações medicamentosas e regimes posológicos, resultam em uma nãoadesão ao tratamento. O objetivo deste trabalho é realizar uma revisão bibliográfica sobre os principais aspectos do carbonato de lítio no tratamento do transtorno de humor bipolar, bem como os principais alvos que conduzem a uma explicação sobre seu mecanismo de ação, ressaltando a importância da intervenção farmacêutica a fim de otimizar o uso adequado de medicamentos.
Palavras - chave: Lítio; Transtorno de Humor Bipolar; Mecanismo de Ação; Tratamento do Transtorno de Humor Bipolar; Psicoeducação; Substâncias de Abuso; Monofosfatase do
Inositol; Revisão.
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Graduanda, Faculdade de Farmácia, PUCRS Email: fernanda.hanemann@gmail.com
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INTRODUÇÃO
O lítio foi descoberto na Suécia em 1817 pelo químico Johan August Arfwedson, isolado do metal petalita, e seu nome é derivado da palavra grega “Lithos” que quer dizer pedra[1].
É principalmente obtido a partir dos minerais espodumena, lepidolite, ambligonite ou ainda petalite e eucriptite, que são aluminossilicatos de lítio[2].
O lítio é o 27° elemento mais abundante na natureza (porém não ocorre em sua forma livre)[3] e está presente em minérios, minerais, água do mar e em tecidos de plantas e animais[4] [5] e é o mais leve dos metais alcalinos (grupo Ia). Na natureza, se encontra na forma de dois isótopos estáveis: lítio-7 e lítio-6 e foram obtidos três