Línguas hoje podem acontecer?
ARAÚJO, Alex
RESUMO:
Propomo-nos a analisar, objetivamente, a continuidade ou cessação do dom de línguas nos dias de hoje. Este debate tem envolvido não apenas teólogos, mas, também, linguistas que buscam decifrar a questão-tema desse ensaio: “línguas hoje podem acontecer?”. As visões cessacionistas e continuistas são apresentadas, revelando muitas diferenças. Analisamos a passagem de 1 Coríntios 13.8, a partir de percepções de MacArthur e Grudem.
PALAVRAS-CHAVE: Espírito Santo; dom de línguas; continuistas; cessacionistas.
1 INTRODUÇÃO
Já é histórico o debate que envolve os chamados continuistas e cessacionistas. Nomes de piedosos estudiosos estão envolvidos nesse debate, o qual deve, sempre, acontecer no nível do diálogo e do respeito. Certamente, continuistas e cessacionistas têm o que aprender uns com os outros. Se soubermos submeter as divergências ao “amor”, acreditamos que uma união, marcada por uma abundante graça, pode surgir.
Não cremos que todos os continuistas irão se tornar cessacionistas ou que o oposto ocorrerá. Então, pensando na unidade da Igreja e propagação urgente do Evangelho, defendemos, acima do uso e do não uso do dom línguas, o estreitamento, em Cristo, dos laços fraternos. Pensando nisso é que este texto será cuidadoso na apresentação das duas visões.
Existem muitos livros e artigos defendendo uma e outra posição, escritos por teólogos conhecidos e de diferentes persuasões teológicas. Entretanto, reconhecemos que, atualmente, existe pouco consenso a respeito dessa questão entre os cristãos evangélicos. Como afirma Lopes (2004, p. 18): “a Escritura nos conclama a discernir, a examinar e testar os espíritos. É verdade que ela não nos chama para sermos críticos incrédulos, céticos e agnósticos – mas nos chama, para, na paz do Senhor e com temor a Deus, examinar todas as coisas e reter o que é bom”.
Este ensaio foi dividido para melhor compreensão do assunto em quatro partes. Inicialmente,