Língua e Liberdade - Luft
LUFT, Celso Pedro (1985). Língua & Liberdade. Porto Alegre, LP&M.
O livro é dividido em seis capítulos. O primeiro mostra que algumas pessoas (cultas e não-cultas) acham que gramática nada mais é que um livro onde se aprende regras de escrita e fala corretas. Partindo desse pré-suposto, ele explica que gramática é comunicação, e que cada um possui a sua natural e internalizada. Neste mesmo capítulo, encontra-se uma crônica de Luiz Fernando Veríssimo, “O Gigolô das Palavras”, que fala exatamente do domínio que devemos ter sobre nossas palavras, pois segundo ele, somos seus senhores. Assim como todo falante é dominante de sua língua materna. O segundo capítulo, fala sobre o sistema da linguagem e abrange o sistema de regras internalizado e mostra uma definição de Noam Chomsky para a gramática como um sistema finito de regras que gera frases infinitas. Ou seja, todas as frases bem formuladas da língua estão previstas por esse sistema de regras.
Diz que a verdadeira gramática é a internalizada, esta é completa e todos os falantes, seja criança, adulto, analfabeto, trás consigo todas as regras necessárias para falar com desembaraço e usam sujeito, predicado e objetos, apesar de não conhecerem esses termos técnicos. Mais uma vez, neste capítulo cita Chomsky, dizendo que no processo de aquisição da língua a criança vai armazenando em seu cérebro, mas sem verbalizar, os dados adquiridos da fala dos adultos e essa fala vão evoluindo conforme as variantes de idade, grau de instrução ou nível sócio-cultural. Fala também das teorias da evolução da linguagem informal, da regularização dos verbos irregulares, da capacidade infantil de estruturar na cabeça a gramática de sua língua materna e do saber imediato que é intuitivo, não discursivo e sem nomenclaturas. Todos os capítulos tratam da gramática natural da língua e diz que esta é utilizada para a comunicação oral, explicitando sempre, que a verdadeira