Lévi-strauss, geertz e dumont
A experiência humana seria caracterizada por processos uniformes, os quais partiriam da simples condição de selvageria até os níveis mais avançados de desenvolvimento, em que se encontraria a civilização. Nesse sentido, se por um lado a natureza humana era a mesma em toda a parte, só os europeus ocidentais haviam alcançado o topo da linha.
Pode-se dizer que em pensadores tão seminais quanto Morgan, Tylor ou Frazer
(CASTRO, 2005), foi lançada a pergunta fundamental da antropologia. Como explicar a diversidade cultural, se havia um substrato comum entre os homens? Se a Razão era a mesma e igualmente possuída por todos, por que alguns povos haviam se mantido em estado de barbárie?
Autores posteriores procuraram esclarecer essa lacuna deixada pelas evolucionistas de maneiras diferentes. Os difusionistas trouxeram a ideia da interação entre os povos para explicar os fenômenos culturais. Para eles, as evidências históricas deveriam preceder as especulações sobre a evolução das instituições. Franz Boas (2004), cuja obra inaugurou a escola que ficou conhecida como culturalista, também depositou sua atenção nos exames empíricos. No entanto, indo além dos difusionistas, pensava que fenômenos culturais poderiam se desenvolver por múltiplos caminhos, não constituindo nem uma manifestação de uma uniformidade evolutiva, nem de uma origem comum ou cruzamento cultural. Neste artigo, buscarei me concentrar em três autores -
Claude Lévi-Strauss, Clifford Geertz e Louis Dumont - para pensar essa questão.
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Em O Pensamento Selvagem, Lévi-Strauss (1989) intenta avaliar em que medida a ciência ocidental