Lá no morro...
Na história temos um narrador personagem, ou seja, o ser que nos narra os fatos também participa deles, por isso a história é relatada em primeira pessoa. O narrador é a criança, o filho do casal que espera e assiste a cena de violência, completamente impotente e assustado. Ele consegue detalhar todos os fatos do enredo, mas o faz por sua visão infantil, por essa razão não conseguimos entender porque o pai é espancado e levado da casa. Nós só temos conhecimento daquilo que o narrador compreende, sendo assim não fica claro porque o pai chega triste e diferente em casa, ou da razão do choro da mãe, se é de tristeza, remorso ou se tem pena do marido. Não sabemos, por exemplo, se ela amava o marido ou se apenas o temia porque isso não é do conhecimento do narrador.
2. Analise a construção do tempo da história.
Os acontecimentos são narrados depois que os fatos acontecem seguindo uma ordem lógica e temporal. O narrador assiste a cena e narra em tempo, quase, real, portanto temos presente no texto o tempo cronológico.
3. Analise a construção do ambiente: elementos, detalhes.
A história se passa em um ambiente urbano, uma favela é o mais provável. Podemos constatar isso por alguns detalhes apresentados no texto como a primeira frase do conto de Wander Piroli “Avistei-o subindo o morro.” Com isso, fica claro que a história não se passa em um bairro nobre ou um ambiente rural. “O morro” nos remete diretamente a imagem de uma favela. Logo depois se percebe que o local onde ocorre o desfecho da história é um barracão simples onde no lugar de cadeira se tem tamboretes, no lugar das mesas há caixotes, como fica claro nesse trecho do conto: “Depois olhou mamãe que estava de costas e deixou-se cair no tamborete. A cabeça pendeu sobre o caixote como se tivesse desprendido do corpo.” Sendo assim, podemos dizer que a história se passa em uma favela na