Lá nem tem livro
Rafael Peruzzo Jardim Neste capítulo do livro podemos destacar a tarefa do professor, como principal responsável no interesse de se formar leitores, valorizando todo o conhecimento prévio do aluno. O autor relata sua experiência com duas adultas que justificam de forma diferente a falta do domínio pela leitura, tudo aconteceu na Oficina de Leitura na EJA. Para tomar conhecimento da realidade de suas alunas e o grau de conhecimento prévio de cada uma, o autor fez uma entrevista com cada uma de suas alunas e destacou nas entrevistas:
Marlene _ Porque a gente consegue perceber os erros que a gente tem, porque é uma aula muito boa. _ Isso é bom porque desenvolve.
Carmem _Lá nem tem livro...se tiver eu não sei, não dá tempo. A gente entra de manhã no serviço já trabalhando e meio-dia não se pára, almoça e já vai trabalhando, não dá esse tempo pra gente(...) Mas eu gostaria de todas essas coisas boas, gostaria mesmo. Como ocorre a hierarquia e a dicotomia na entrevista de Carmem? A hierarquia se dá entre saberes indispensáveis para a vida, no caso, o trabalho, e saberes dispensáveis, no caso, a leitura. A dicotomia se dá entre a leitura e trabalho, como se um completasse o outro.
Interesses e dificuldades
Carmem destaca em sua entrevista sua expectativa como leitora, assumindo a condição de leitora de revistas.
O professor pergunta dos livros e ela responde, também, mas logo assumi seu gosto pelas figuras e cores em destaque. “Eu não leio, mas olho bastante”
Marlene destaca em sua entrevista o uso do “porque” explicativo, enfatiza uma relação de causa e efeito ligada ao discurso pedagógico, e do verbo “desenvolver” que demarca a ideia de um processo, no qual vai aprimorar uma habilidade. As alunas destacaram a leitura... “ sem ela a gente quase não vai a lugar nenhum”(Marlene) e “ sem a leitura a gente quase não pode viver”.(Carmem). Elas responderam que a leitura serve, “pro