Relato de um homem que visitou a escuridão da depressão E lá estava eu, deitado, em um gigantesco deserto negro, meu corpo não se mexia, mas também, não fiz nenhum esforço para tentar mexê-lo, tentei olhar em volta e consegui, olhei para os lados, tentando enxergar o fim ou algo diferente daquele cenário que me cercava, por não conseguir achar o que queria. Depois de um tempo lá, sem nada pra fazer, decidi lá ficar mais um pouco, por conta do calor e do cansaço, acabei adormecendo. Ao acordar, notei que o calor que sentia, passou, ao invés disso, passei a sentir meu corpo seco e frio. Achei estranho, lembrava que ao dormir, estava com calor e até transpirava um pouco, então tentei abrir os olhos, mas não consegui, comecei a ouvir barulho de passos, então com um pouco de esforço, pude abrir os olhos, assustei-me, o deserto tinha desaparecido, em seu lugar, havia asfalto e grandes prédios em torno de mim e, os passos que escutei, eram de pessoas e mais pessoas, com rosto desconhecidos e alguns conhecidos, passando por mim, mas nenhuma notava minha presença naquele chão. Foi ai, que, tentei me levantar, não conseguia mover meu corpo, não era questão de querer ou não, simplesmente não conseguia. Daquele asfalto negro, começaram a sair abraços de mesma cor, que me abraçaram e começaram a me puxar para baixo, o desespero começou a tomar conta de mim, tentava com todas as minhas forças, arrumar um jeito de libertar daquilo, de nada adiantava, a cada segundo que passava, afundava mais e mais. Já sem forças para tentar mais nada, quis chamar por ajuda de alguma das pessoas que passavam por mim, mas era tarde, não tinha me dado conta de que já estava totalmente submerso naquela escuridão. Estava tão fundo, não conseguia mais ver a superfície, não sabia como, mas meu corpo continuava a afundar sem parar, quanto mais adentrava aquela escuridão, mais minhas esperanças morriam. Não tinha mais nada para fazer, para tentar, não tinha mais