Lygia Clark
Um caminho sem volta
Exposição Signals, Londres (1965)
“Ah! Nunca mais! Pois ao chegar lá vi os Bichos quase todos dependurados pela sala por meio de fios de nylon, como os móbiles de Calder! [...]
Evidentemente protestei imediatamente e, sob grandes protestos do Herr Bense e, posteriormente, da Frau Walter […], peguei uma tesoura e cortei todos os nylons do teto.”
Lygia Clark –
Paris, 6.2.1964
Desenvolvimento espacial
Exposição Signals, Londres (1965)
O dentro e o fora (1963) – Lygia Clark
Ovo (1958); Casulo (1958); Bicho (1960)
“Ora, em Lígia [sic], já é a obra que se move, e não mais o espectador exclusivamente em torno dela. E aqui se impõe uma diferenciação espacial assaz significativa.
Quando o espectador é que se desloca, o espaço é, sem dúvida, mais arquitetônico; mas sendo a obra que o faz, o espaço se intensifica com a noção de tempo, e cria uma relação nova que vai além do simples espaço escultórico. [...]
“Mas nos bichos de Lígia, que se movem, ou se mexem, mais justamente, pela provocação do espectador, que há de propriamente arquitetônico?
Os planos? Os espaços que se abrem ou projetam, os ângulos poliédricos, que se articulam?
Não, mas sobretudo, os espaços criados e imaginados, embora fora do alcance de nossa visão direta. Essas obras participam assim de todos os espaços, do escultórico ao arquitetônico, do arquitetônico ao propriamente cinético.”
Mario Pedrosa
[vídeo]
Relação com o corpo
Diálogo de mãos (1966) – Lygia Clark
O Eu e o Tu (1967); Óculos (1968); Pedra e ar (1966)
“A criação objetificada, o espaço contido na abstração das formas geométricas e feito integralmente para sua posterior experiência, diz respeito ao espaço arquitetônico.
O espaço arquitetural, por sua vez, é aquele que a artista passa a habitar com os Bichos, espaço topológico que se estrutura por relações entre corpos e porções de espaço. [...]
“A distinção que marcam, quanto à possibilidade do corpo no espaço, é essencial para a