Luzia
Este crânio de uma mulher, com cerca de 20 anos, foi encontrado no início dos anos 70 pela missão arqueológica franco-brasileira, chefiada pela arqueóloga francesa Annette Laming-Emperaire (1917-1977). O crânio foi achado em escavações na Lapa Vermelha, uma gruta na região de Lagoa Santa e Pedro Leopoldo, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, famosa pelos trabalhos do naturalista dinamarquês Peter Wilhelm Lund (1801-1880), que lá descobriu, entre 1835 e 1845, milhares de fósseis de animais extintos do período Pleistoceno - além de 31 crânios humanos em estado fóssil no que passou a ser conhecido como o Homem da Lagoa Santa. Tinha habitos de comer plantas, frutas, raízes e raramente carne.
Comparada aos seres humanos atuais, Luzia tinha uma aparência física relativamente modesta para seus 20 e poucos anos de idade. Era uma mulher baixa, de apenas 1,50 metro de altura. Os estudos mostraram que Luzia apresentava traços negroides, crânio estreito e longo, nariz largo, queixo e lábios salientes e olhos bem arredondados. Sem residência fixa, perambulava pela região onde hoje está o Aeroporto Internacional de Confins, nos arredores de Belo Horizonte, acompanhada de uma dúzia de parentes. Não sabia plantar um pé de alface sequer e vivia do que a natureza agreste da região lhe oferecia. Na maioria das vezes se contentava com os frutos das árvores baixas e retorcidas, uns coquinhos de palmeira, tubérculos e folhagens. Em ocasiões especiais, dividia com seus companheiros um pedaço de carne de algum animal que conseguiam caçar. A vida naquele tempo era muito difícil, Luzia resistiu pouco e morreu cedo. Foi provavelmente vítima de um acidente, ou do ataque de um animal, e não teve direito nem mesmo a sepultura. Seu corpo foi encontrado numa