Luxo: Cada Cabeça
As definições de luxo são muitas. Uma delas, recentemente, gerou polêmica:
Mercedes-Benz e BMW não foram consideradas ‘marcas de luxo’.
André Cauduro D’Angelo
O que é luxo para você? Algo que se compra, como uma roupa de grife, um carro esportivo, um relógio de marca famosa? Ou algo que se conquista, como a possibilidade de tirar um dia na semana só para cuidar de você? Seria uma sensação – a de liberdade, a de segurança – ou uma definição bem restrita, do tipo “tudo o que vai além do necessário”?
Se você entende o conceito de luxo como tudo isso, e talvez algo mais, não se espante. É perfeitamente comum que as pessoas associem à palavra um conjunto amplo de definições, que vão desde o significado estrito, aquele do dicionário, até a descrição de sensações diversas - passando, é claro, pelos sonhos de consumo, como Cartier, Louis Vuitton, Ferrari, etc.
A definição de luxo é tão variada justamente porque o conceito pode ser visto por diversos ângulos, nenhum deles mais ‘correto’ ou ‘apropriado’ que o outro; apenas diferente. Já ouvi pessoas associando luxo à beleza e ao design, ou mesmo à moda; à riqueza e até à simplicidade. Cada cabeça, uma sentença sobre luxo. Porém, quando entramos no mundo das pesquisas acadêmicas e dos negócios, definições muito diversificadas são um excelente caminho para a confusão e o descrédito. Difícil avaliar o potencial de um negócio, ou conduzir uma pesquisa, tendo como referência conceitos vagos ou amplos demais. É preciso uma delimitação. E toda delimitação, claro, tem um tremendo potencial de despertar polêmicas.
Foi o que aconteceu recentemente com a Deutsche Boerse AG, operadora alemã da bolsa de valores. A empresa criou o Índice Mundial de Luxo, indicador voltado a orientar investidores em ações sobre o desempenho das companhias do mercado de luxo. O critério que a corretora estabeleceu para definir uma companhia como integrante do setor de bens de luxo foi o de origem do