Luto e melancolia - Psicaálise Freudiana

2026 palavras 9 páginas
Psicanálise Freudiana

Luto e melancolia

Curitiba, 15 de março de 2013.

Impressões e interpretação acerca do texto

O luto ocorre quando uma pessoa sabe que perdeu ou não poderá ter mais acesso ao objeto de transferência de libido. O teste de realidade, como diz Freud, exige que a libido seja retirada das relações que essa pessoa mantinha com o objeto. No entanto, há uma certa resistência em abandonar as relações que se mantinha com o objeto perdido, de forma que o enlutado passa a se agarrar a elas de forma psicótica, porque ainda deseja o objeto perdido. Em cada lembrança há um sobreinvestimento de libido que somente depois de um grande dispêndio de energia psíquica se desfaz, pois a pessoa ainda considera que o objeto perdido existe. Sendo assim, como sintoma dessa resistência, até a admissão e conformação com a perda, há um grande dispêndio de energia psíquica que dura certo tempo até haver o desprendimento do Eu das relações com o objeto perdido e a substituição deste.
A melancolia também é caracterizada por uma perda, mas uma perda não consciente em que o melancólico não sabe o que propriamente abandonou a relação libidinal, ou se realmente ocorreu a perda do objeto amado, ou ainda o que se perdeu com a ausência deste. Também de forma análoga ao luto ela se dissipa e após certo tempo, sem deixar marcas. Dessa forma, mesmo que a pessoa tenha ideia de qual foi a perda que possa ter desencadeado a melancolia, ela não sabe o que esse desaparecimento lhe fez perder. Semelhantemente ao luto ocorre na melancolia um desinteresse pelo mundo exterior e a incapacidade de escolher um novo objeto para investimento de libido, exceto pelo fato de no luto não haver autodepreciação. Freud afirma que se no luto é o mundo quem perdeu valor, na melancolia isso acontece com o próprio Eu. Sendo assim, o indivíduo é acometido de um delírio de insignificância de forma a considerar que ele não é digno de qualquer coisa, tem insônias

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