LUTA ANTIMANICOMIAL
O Movimento da Luta Antimanicomial nasceu em 1987, como uma mudança de estratégia dentro do movimento de luta pela reforma psiquiátrica, visando ampliar as suas bases de sustentação, que tinham se tornado muito restritas com a entrada das principais lideranças do movimento dentro do aparelho de Estado, bem como buscando novas alianças com os outros movimentos sociais populares e com a sociedade civil em geral (VASCONCELOS, 2004).
As lutas e desafios do movimento antimanicomial parecem se dramatizar frente ao grau de discriminação e controle cultural e institucional acerca do “louco” e da “loucura” em nosso país.
Além disso, radicalizou os objetivos estratégicos, com a consigna, por uma sociedade sem manicômios, visando colocar em xeque a própria existência do hospital psiquiátrico como recurso de assistência e adotando a experiência de desinstitucionalização italiana como inspiração. O manicômio é a tradução mais completa dessa exclusão, controle e violência. Seus muros escondem a violência (física e simbólica) através de uma roupagem protetora que desculpabiliza a sociedade e descontextualiza os processos sócio históricos da produção e reprodução da loucura.
Seguindo concepção de Foucault, militantes do movimento, a exemplo de Paulo Amarante utilizam os termos louco e loucura numa perspectiva mais ampla e geral: Talvez sem definição precisa, mas que se opõe à doença mental, conceito construído pela psiquiatria que reduz a complexidade daquela concepção mais geral, inespecífica, inexplicável em sua totalidade, que é a de loucura, e que a reduz a apenas um distúrbio biológico ou psicossocial (ou ambos).
Então loucura se refere a esta experiência humana de estar no mundo de uma forma diversa daquela que o homem, ideológica e idealisticamente, considera como normal. E louco é o sujeito destas vivências e destas experiências. O cuidado em saúde mental é o elemento motivador para esta dimensão. A ideia é o estabelecimento de projetos de