Ludico
Joselene Gonçalves Bernadete Porto1
Com certeza a liberdade e a poesia a gente aprende com as crianças Manuel de Barros
A criança é investigador nato, é um ser curioso por natureza. Dotada de grande sensibilidade, ela procura esgotar todas as suas possibilidades em busca de compreender o mundo e nele conquistar o seu espaço. E isso ela faz brincando. Se brincar é para a criança um modo eficaz de conhecimento e autoconhecimento e se a sonoridade das palavras é algo que causa prazer à criança, a linguagem poética pode ser considerada uma instigante maneira de proporcionar-lhe ricas experiências no campo da ludicidade Proporcionar à criança, desde cedo, gratificantes experiências com a linguagem poética suscitará nela o desejo de brincar com as palavras, pois logo compreenderá que este tipo de linguagem, com características próprias, dá prazer. Para além disso, a linguagem como brinquedo e o brinquedo como manifestação cultural nos faz refletir acerca do passado, do presente e, diríamos ainda, do futuro (Santa Marli Santos, 2001, p.104). Isso se deve ao fato de o brinquedo também se constituir uma forma de linguagem, sendo para a criança um valioso instrumento de expressão, haja vista exercer, entre outras funções, a função social de comunicação com o meio que a cerca. Essa forma de pensar evoca a lembrança dos contos de fadas tradicionais, narrativas poéticas que abordam problemas humanos universais dirigindo-se ao consciente e ao inconsciente, projetando alívio às pressões e oferecendo formas de resolvê-los. Nesse sentido, eles desempenham um importante papel e Carl Jung (apud Santos 2001, p. 36) explica por que:
Negar a existência do inconsciente para este autor é o mesmo que acreditar que temos um conhecimento total da psique, sendo essa afirmação tão falsa quanto admitir que sabemos tudo a respeito do universo físico. Pensa, ainda, que o homem só será capaz de formular
Joselene