Luckacs
BAQUIM, Cristiane Aparecida[1]
nício de conversa...
A discussão acerca do tema trabalho, pressupondo a relação do homem com a natureza para prover os meios de sua existência, encontra em Lukács uma profícua reflexão. Neste breve texto, tentaremos fazer uma aproximação com o seu pensamento, destacando especialmente o trabalho humano como posição teleológica. Buscaremos mostrar como o ser social se funda na dinâmica do trabalho, expresso na cotidianeidade e perpassado pela teleologia e pela causalidade, enquanto características exclusivamente humanas e fincadas na realidade social. Consideramos, para tal, que a especificidade da consciência humana só poderá ser compreendida na perspectiva ontológica sugerida por Lukács, visto que, qualquer tentativa de explicação do ser social e do indivíduo consciente, só faz sentido se concebida nos marcos da história.
efletindo com Lukács
É evidente a todos que o homem, bem como os animais, necessita para a sua sobrevivência, de manter laços estreitos com a natureza circundante. Entretanto, Lukács (1981) destaca que há uma diferença categorial entre eles, que reside justamente no fato de que o homem foi capaz de superar a sua esfera de vida orgânica, portanto, sua condição animal, pela via do trabalho. Citando Engels, Lukács inicia sua reflexão a respeito do trabalho enquanto categoria teleológica destacando que um salto ontológico, qualitativo, permitiu o processo de superação pelo homem de sua esfera de vida orgânica, através da sua relação mediada com a natureza, ou seja, o homem supera sua condição animal pela via do trabalho. O trabalho pressupõe o salto ontológico, qualitativo, que irá permitir essa superação, visto que provoca substanciais mudanças no ser, que são qualitativas e estruturais e, sempre contraditoriamente, causarão um processo de evolução baseado nas mediações