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Uma pesquisa do SindusCon-SP e do Ministério do Trabalho e Emprego, com base em informações coletadas pela Fundacentro (Fundação Jorge Duprat de Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho), estima em 4.098 o número de acidentes fatais na construção civil brasileira em 1997, o que representa uma média de 342 ocorrências por mês. Apenas para se ter uma idéia, esse número de óbitos, que foi analisado e avalizado pelos trabalhadores, seria suficiente para dizimar toda a população residente no balneário fluminense de Armação de Búzios em dois anos.
Além de elevadas em termos absolutos, as estatísticas indicam que o setor possui uma média de acidentes fatais - 0,259 por mil trabalhadores - superior à média internacional, estimada em 0,201 mortes por mil empregados. Uma tragédia para milhares de famílias, amigos e para as empresas das vítimas, visto que as construtoras são quase unânimes em afirmar que o impacto psicológico de um óbito em um canteiro de obras é devastador.
Os acidentes que causaram afastamento profissional durante o ano de 1997, segundo a pesquisa, foram responsáveis por mais de 110 mil dias de trabalho jogados no lixo. Um prejuízo econômico para as empresas equivalente à compra de cerca de 10,7 mil toneladas de cimento. A maior parte dos acidentes - e não poderia ser diferente, até mesmo pelas características da construção civil brasileira, fatiada por milhares de pequenas empresas - ocorre em pequenas construtoras.
Correção e prevenção é o que indicam a pesquisa do SindusCon-SP e do Ministério do Trabalho e Emprego e também o estudo do engenheiro Marcelo Costella batizado "Análise dos acidentes do trabalho e doenças profissionais ocorridas na atividade de construção civil no Rio Grande do Sul em 1996 e 1997". Segundo Costella, cerca de 85% dos acidentes do Estado ocorreram em pequenas ou microempresas. O dado coincide com a percepção de construtores, consultores e fornecedores de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual).