LPTA
José Batista Volpon
Professor Titular da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo – USP – Ribeirão Preto (SP), Brasil
RESUMO
O tratamento de algumas das fraturas da criança tem sofrido modificações nos últimos anos, com o objetivo de obtenção de resultados mais satisfatórios, restrição do tempo de incapacidade e para melhor corresponder às expectativas da família. Isso é especialmente válido para as fraturas diafisárias de alguns ossos longos com o tratamento feito por hastes intramedulares elásticas. Esse tratamento é de baixa morbidade, respeita a biologia e a biomecânica da fratura e permite consolidação óssea por mecanismo secundário, com a formação de calo ósseo. Entretanto, requer implantes, instrumental e conhecimento técnico do cirurgião, pois os maus resultados relacionam-se diretamente com falhas técnicas. Atualmente, os ossos que mais se prestam para esse tipo de fixação, em relação à prioridade, são: fêmur, rádio, ulna, tíbia e úmero. O objetivo deste texto de atualização foi analisar a literatura e fornecer informações fundamentais para o conhecimento do método.
Descritores: Fixação de fratura/métodos; Fixação intramedular de fratura; Fixação interna de fratura; Dispositivos de fixação interna; Titânio; Aço inoxidável; Fixadores internos; Criança INTRODUÇÃO
A facilidade de consolidação da fratura na criança e a potencialidade de correção espontânea de desvios levaram à concepção de que tratar fratura na criança é fácil e deve ser feito preferencialmente pelo método conservador. Embora o tratamento conservador seja válido para a maioria das fraturas, ele não deve ser considerado como indicação absoluta. Fraturas envolvendo a placa de crescimento e superfícies articulares são analisadas de modo diferenciado e muitas delas devem ser tratadas cirurgicamente, com a finalidade de evitar encurtamento, deformidade e degeneração