REFORMA PSIQUIATRICA E O FILME BICHO DE SETE CABEÇAS A psiquiatria manicomial que o filme Bicho de Sete Cabeças retrata, mostra um pouco da realidade de como os doentes de transtornos mentais eram tratados nos hospitais psiquiátricos. A reforma psiquiátrica atuou transformando valores, entre eles, os valores sociais. O filme Bicho de Sete Cabeças mostra a atitude da sociedade em relação à pessoa que demonstra um comportamento diferente daquele que a sociedade considera normal. Neto, um jovem adolescente é considerado pelo pai como viciado em drogas, porque seu pai encontrou um cigarro de maconha no bolso de um de seus casacos, fato que contribuiu para a internação do jovem no hospital psiquiátrico. Esse tipo de internação pode ser solicitado, mas segundo a lei, existem critérios para conseguir a internação, um deles é a inclusão do laudo médico, o que evita possíveis erros e constata a real necessidade da internação, quesito que não foi observado no caso de Neto, não teve nenhum tipo de avaliação de um profissional da saúde e mesmo assim, foi internado na instituição. No filme, observa-se que a irmã do jovem entrou em contado com pessoas conhecidas e influentes, o que facilitou arrumar a internação de Neto sem uma avaliação clínica. Na instituição onde ele estava internado, o médico só aparecia uma vez por semana, mostrava desprezo e descaso com os internos, nem parava para ouvi-los. O jovem clamava para alguém ouvir e compreender. O médico autoridade absoluta e inquestionável do saber psiquiátrico mostrava-se frio e indiferente ao tratar o paciente, da mesma forma a enfermagem, que deveriam proporcionar conforto e segurança ao paciente, comporta-se com negligência ao decorrer do filme. Percebe-se na instituição uma falta de preocupação com a higiene e com a privacidade dos pacientes, e ainda em alguns momentos no filme os pacientes aparecem nus no pátio. Alguns internos aparecem fumando, o que se deduz é que