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Supersafra de milho trava em falha logística
Produção deu um salto, mas infraestrutura não acompanha
28 de julho de 2013 | 2h 04
O monte de milho acima tinha cerca de 18 metros de altura - o equivalente a um prédio de sete andares - quando a foto foi tirada na última terça-feira. Era quase do tamanho da portentosa estrutura de alumínio dos silos vistos ao fundo, que possuem 20 metros. Como a colheita do milho da chamada safrinha, que ocorre no inverno, ainda está em curso, a pilha dourada segue crescendo no pátio do Vale do Verde, armazém geral que atende produtores e comercializadores de grãos, em Sinop, município a 480 quilômetros da capital de Mato Grosso.
A montanha de grãos não está só. Técnicos do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), que regularmente percorrem o Estado para ver de perto a produção, também encontraram milho a céu aberto nos municípios vizinhos de Lucas do Rio Verde, Sorriso, Tapurah e Nova Mutum.
Essa região, no chamado Médio Norte de Mato Grosso, bem no coração do Estado, é referência para o agronegócio nacional. Seus 16 municípios respondem por cerca de 40% da produção do Estado e quase 10% da produção de grãos do País. Dos 3 milhões de hectares ocupados por milho em Mato Grosso neste momento, 1,6 milhão - 53% do total - está no Médio Norte. No entanto, esse é também um dos locais do País que mais sofrem com as deficiências na infraestrutura.
A montanha de milho em Sinop faz uma síntese do enrosco. Na área estão oito silos. Seis têm milho, mas dois deles estão carregados de soja. Enquanto toda a soja não for retirada, o milho não entra porque não se pode misturar os dois grãos. "Eu tenho o equivalente a 450 mil sacas de milho empilhadas no chão e dois armazéns ocupados com 800 mil sacas de soja, 80% delas já vendidas", diz Vinícios Mecca, gerente comercial do Vale do Verde. "Se a soja já tivesse saído, todo aquele milho não estaria do lado de fora."
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