Logistica
Luiz Marins Francisco era um "bom demais", disse-me um seu ex-colega de trabalho. Era realmente a pessoa que mais entendia de nossos produtos. Sabia responder a qualquer pergunta técnica que lhe fosse feita. Só tinha um problema: ele não dividia seu conhecimento com ninguém. Não ensinava ninguém. Quando dava uma informação, o fazia de forma enigmática para que quem perguntasse ficasse sempre numa posição de "ignorante". Ele tinha até um vício de dar um sorriso de deboche quando alguém lhe perguntasse alguma coisa sobre o que tanto sabia. Quando decidíamos fazer alguma coisa diferente e inovadora e que havia sido decidido sem que ele "comandasse" a decisão, logo ele vinha com ironia sobre ironia dizendo que aquilo não ia dar certo e querendo dizer, nas entrelinhas de suas críticas, que ele, somente ele, poderia fazer a coisa dar certo, mas... "não queria se intrometer..." na área alheia, etc. Esse comportamento do Francisco irritava a todos. Ninguém gostava dele na empresa. Várias vezes tentamos conversar com ele para que ele mudasse seu comportamento e fosse mais humilde, participativo, cooperativo. Nada surtia efeito. Várias vezes decidimos dispensá-lo, pois o clima que ele criava era demasiadamente ruim. Sempre vinha a dúvida: ele era um "excelente técnico" e todos nos sentíamos inseguros em dispensá-lo. Até que um dia ele ultrapassou os próprios limites e respondeu mal a um de nossos principais clientes. Foi dispensado.
Qual não foi a nossa surpresa! Após a saída do "grande" Francisco, a empresa tornou-se leve e descontraída. As demais pessoas buscaram rapidamente o conhecimento que só ele dizia ter. Vimos que havia muitas pessoas na empresa que sabiam tanto ou mais do ele e que eram também bons no que faziam e eram humildes, participativos e cooperativos. O clima mudou. A empresa cresceu. A verdade é que nos livramos de um "corvo" que minava a empresa pouco a pouco, com seu comportamento arrogante e individualista. Nesta semana,