Logistica
Francisco Eduardo Barros Pires Introdução O conceito de gerenciamento da cadeia de suprimentos está baseado no fato de que nenhuma empresa existe isoladamente no mercado. Uma complexa e interligada cadeia de fornecedores e clientes, por onde fluem matérias primas, produtos intermediários, produtos acabados, informações e dinheiro é responsável pela viabilidade do abastecimento de mercados consumidores. Com as enormes pressões competitivas existentes atualmente, a atividade de gerenciar a cadeia de suprimentos tem tido cada vez mais espaço nas relações de negócios. Propõe-se que a competição no mercado ocorre, de fato, no nível das cadeias produtivas e não apenas no das unidades de negócios isoladas. De acordo com Slack (1993), as cadeias ou redes de suprimento podem ser vistas em três níveis (ver figura 1 abaixo). A cadeia de suprimentos total é aquela que envolve todas as relações cliente-fornecedor desde a extração da matéria prima até a compra do produto pelo consumidor final. Já a cadeia de suprimentos imediata é aquela em que estão os fornecedores e consumidores com os quais a empresa faz negócio diretamente. Finalmente, dentro da empresa em si está a cadeia de suprimentos local, com os fluxos internos de materiais e informações entre departamentos, células ou setores da operação.
Figura 1 - Níveis da Cadeia de Suprimentos segundo Slack (1993)
O objetivo deste artigo é o de entender como a mudança para um paradigma de gerenciamento de cadeia de suprimentos afeta a relação entre fornecedores e montadoras nos empreendimentos automobilísticos instalados recentemente no Brasil. O estudo é focado predominantemente nas relações da chamada cadeia de suprimentos imediata, mas traz também evidências de que a preocupação das OEMs tem sido cada vez mais no sentido de coordenar também o negócio entre seus fornecedores e sub-fornecedores. Entrevistas realizadas em três das