Logistica E Desenvolvimento Regional
IMAGEM: KIPPER
Logística e desenvolvimento regional A região de Campinas, no interior do Estado de São
Paulo, tornou-se um importante pólo de atração de empresas, as quais contribuem para o desenvolvimento econômico e social da região. Em geral, casos como esses são interpretados como fenômenos suscitados por incentivos fiscais e mão-de-obra barata.
Este artigo, entretanto, aponta que a principal razão dessa atratividade tem a ver com a ampla eficiência logística observada na região, representada em especial pelo aeroporto de Viracopos. por Antonio Carlos Bonassa e Ilan Avrichir ESPM
Ronald Ballou, uma das maiores autoridades mundiais em logística, defendeu, em um de seus trabalhos, que são os sistemas logísticos que permitem ao comércio mundial superar o fato natural – ou dele tirar proveito – de que as terras não são distribuídas uniformemente, nem tampouco as
pessoas que nelas vivem. Isso quer dizer que sistemas logísticos eficazes oferecem as condições essenciais para que uma empresa, ou região, possa atingir uma outra região, ou mercado consumidor, a fim de disponibilizar seus produtos.
Neste artigo, estamos interessados
em entender de que forma o desenho de um poderoso e eficaz sistema logístico pode atuar como motor no desenvolvimento regional. Nossa hipótese é de que a existência de uma malha logística adequada é algo com maior poder de atração de unidades produtivas a uma região do que os
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alardeados incentivos fiscais ou mãode-obra barata que nelas tais unidades possam encontrar.
Em específico, utilizaremos a região de Campinas, no interior do
Estado de São Paulo, como referência. A razão tem a ver com evidências factuais: essa região recebeu, entre os anos de 1996 e 2006, um montante de quase 15 de bilhões de reais em investimentos, materializados na instalação de novas plantas fabris. Foram inauguradas 59 novas companhias nessa região, incluindo nomes como