Logica
O Roteiro de lógica Jurídica, de Fábio Ulhoa Coelho, de maneira sistematizada aborda algumas definições acerca da lógica, das proposições, do silogismo, das normas e das lacunas, que são importantes para o sistema jurídico. Inicialmente, o autor discorre sobre Zenão de Eléia que foi um homem, de grande força política e moral de sua época. Como filósofo e discípulo de Parmênides, Zenão acreditava que a razão e não o sentido possui acesso a verdade, para ele somente a razão é capaz de captar a essência imutável do ser. A fim de sustentar esses pensamentos, o filósofo criou alguns argumentos, em que os mais conhecidos são: o da flecha e o da corrida entre Aquiles e a tartaruga. O argumento da flecha exprime que entre dois pontos A e B existem infinitos pontos a percorrer, desse modo exigindo um tempo infinito, logo a flecha nunca abandonará o ponto A, porque necessitará percorrer o infinito, concluído assim que o movimento é inexistente. Para o segundo argumento, supondo que a tartaruga partirá uma légua a frente de Aquiles por mais que o personagem veloz da antiguidade se esforce nunca poderá ultrapassar o réptil. De acordo com Fábio Ulhoa Coelho, esses argumentos e conclusões não condizem com a nossa experiência sensível, que percebe o movimento como algo existente. A lógica possui uma maneira particular de pensar e não é sempre que se confere com a realidade. O pensamento se torna raciocínio quando ele relaciona duas idéias, uma como premissa e a outra como conclusão. Nem todo pensamento é raciocínio, mas nem sempre o raciocínio é lógico. É necessário obedecer três princípios para que um raciocínio tenha caráter lógico: o da identidade, do terceiro excluído e da não-contradição. A inferência que segue esse princípio a rigor é lógica. O princípio da identidade estabelece que, uma idéia verdadeira seja verdadeira, o da não-contradição, afirma