Logica das perdas
PROFESSOR DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
l. INTRODUÇÃO O acirramento da competição intercapitalista a partir da crise do petróleo de 1973, tem permitido uma ampla discussão a respeito de novos sistemas de Organização da Produção e do Trabalho. Nesta problemática tem-se destacado os modelos surgidos dentro da lógica produtiva japonesa. Neste contexto destacam-se os trabalhos de Taiichi Ohno e Shigeo Shingo, precursores do Sistema Toyota de Produção. Por sua vez, os princípios de Engenharia Industrial defendidos por Ohno e Shingo estão fortemente vinculados com o conceito de perdas. O presente trabalho objetiva discutir criticamente a evolução histórica do conceito de perdas desde antes de Taylor e Ford até os clássicos japoneses. Uma abordagem deste tipo torna-se necessária na medida em que para conceber sistemas de organização da produção e do trabalho, adaptados a realidade brasileira, necessita-se uma ampla reflexão sobre as bases conceituais de construção dos ditos modelos Fabricação Classe Universal.(FCU). 2 - A NOÇÃO DE PERDAS SEGUNDO TAYLOR Pode-se dizer que, de forma geral, Taylor associava a visão de perdas diretamente a problemática da eficiência industrial nos EUA. De acordo com Taylor (TAYLOR, 1982) a noção de perdas, hegemônica entre os industriais no início do século, vinculava-se basicamente ao desperdício dos materiais. Taylor (TAYLOR, 1982) retoma Theodoro Roosevelt, presidente americano da época (1901 a 1908), quando este postulou que "a conservação de nossos recursos naturais é apenas fase preliminar do problema mais amplo da eficiência nacional". Segundo Taylor, para atacar a problemática da eficiência econômica nacional americana tornava-se necessário explicitar em profundidade as causas fundamentais das perdas mais amplas apontadas por Roosevelt. Porém, algumas perguntas se