Locke R Cheibub Z Valores Ou Interesses
Zairo B. Cheibub
DataUff e Departamento de Ciência Política - UFF
Richard M. Locke
Sloan School of Management e Departamento de Ciência Política - MIT
1- Introdução
Nos últimos anos, a questão da responsabiidade social das empresas (RSE) tem gerado um crescente interesse, tanto entre acadêmicos, como entre empresários e administradores públicos.
Todo ano dezenas de artigos sobre esse tema são publicados, diversos prêmios são distribuídos para “casos exemplares” de RSE e vários encontros são organizados sobre o tema. Apesar dessa explosão de interesse sobre RSE, um breve exame da literatura sobre o tema sugere que a própria idéia de RSE, suas características fundamentais, sua operacionalização no e suas conseqüências para o mundo real ainda são objeto de disputa. Na verdade, tanto na literatura sobre RSE, como no que denominamos “movimento pela responsabilidade social das empresas”, coexistem diversas definições competitivas sobre o que é RSE, por que ela é importante e como deveria ser implementada no mundo real. Este ensaio busca contribuir para esse debate realizando uma reflexão sobre as dimensões analíticas e as implicações teóricas da
RSE.
Inicialmente, tecemos algumas considerações críticas sobre a própria noção de RSE. O objetivo principal é esclarecer o que entendemos por esse termo, que dimensões estão implicadas nessa noção e que modelos de responsabilidade estão presentes na literatura.
Em seguida, consideramos, brevemente, os fundamentos pragmáticos e normativos da exigência de maior assunção de “responsabilidades sociais” por parte de empresas. Demandas legítimas sobre indivíduos e/ou instituições só podem ser feitas dentro dos limites do que é moral, social e politicamente obrigatório. O que pode ser legitimamente exigido dos empresários? Em que eles diferem de outros atores sociais?
Na terceira seção mostramos que a responsabilidade social é do interesse estratégico