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Usamos a palavra política de diversas formas que não se referem necessariamente a seu sentido fundamental. Por exemplo, sugerimos a alguém muito intransigente que seja “mais político” na sua maneira de agir, ou nos referimos à “política da empresa”, da escola, da Igreja, como formas de exercícios e disputa de poder interno. Há também um sentido de política pejorativo, atribuído pelas pessoas desencantadas, que, diante da corrupção e da violência a associam à “politicagem”, falsa política em que predominam os interesses particulares sobre os coletivos. Afinal, de que trata a política? A política é a arte de governar, de gerir o destino da cidade. Etimologicamente “política” vem de “polis” (“cidade” em grego). Explicar em que consiste a política é outro problema, pois se acompanharmos o movimento da história, veremos que essa definição varia e toma os sentidos mais diferentes. Múltiplos são os caminhos, se quisermos estabelecer a relação entre política e poder; entre poder, força e violência; entre autoridade, coerção e persuasão; entre Estado e governo, etc. Por isso é complicado tratar de política “em geral”. É preciso delimitar as áreas de discussão e situar as respostas historicamente.
Poder e Força:
A política se refere às relações de poder. Embora haja inúmeras definições e interpretações a respeito do conceito de poder, vamos considerá-los aqui, genericamente, como a capacidade ou possibilidade de agir, de produzir efeitos desejados sobre indivíduos e grupos humanos. O poder supõe dois pólos: o de quem exerce o poder e o daquele sobre o qual o poder é exercido. Nesse sentido, o poder é uma relação ou um conjunto de relações pelas quais indivíduos ou grupos interferem na atividade de outros indivíduos ou grupos. Para que alguém exerça o poder, é preciso que tenha força, entendida como instrumento para o exercício do poder. Quando falamos em força, é comum pensar-se imediatamente em força física, coerção,