Lições de gerenciamento de crises
“Lições” de Gerenciamento de
Crises
Na linguagem formal da burocracia federal e sob risco de entediarmos o leitor já na primeira linha do artigo, os autores são, respectivamente, o Secretário e Secretário
Adjunto da Secretaria de
Acompanhamento e Estudos Institucionais do Gabinete de Segurança Institucional da
Presidência da República (SAEI/GSI/PR).
Em formato mais simples, são, há quase oito anos, o Chefe e Sub-Chefe do
“gabinete de crise” do Palácio do Planalto.
A noção de “gabinete de crise” da
Presidência, com frequência, faz aflorar um discreto sorriso nos lábios dos interlocutores. Nos tempos que correm, tudo parece ser classificado como “crise”, desde as flutuações das bolsas da Ásia ao estado das pistas dos aeroportos brasileiros; da falta de segurança das metrópoles à dissolução dos padrões éticos no comportamento da juventude; da qualidade das escolas às flutuações da meteorologia, etc. Caso alguma unidade da administração pública fosse encarregada de tal agenda, o sorriso seria merecido e necessário.
Na prática, a SAEI (nome curto para o nosso “gabinete”) foi criado no final dos anos noventa como foro ou local de articulação para temas com potencial de crise que envolvam dois ou mais ministérios. Cumpre sublinhar o uso do termo “articulação”, entendido como substantivo que simboliza a ligação entre as partes, ponto de união dos componentes que cooperam, reunião dos órgãos de um sistema que trabalham para o mesmo propósito. Por conseguinte, o termo “articulação” é mais polido e cauteloso do que “coordenação”. Neste leque de atribuições estão excluídos assuntos econômicos e políticos, cuja coordenação é da responsabilidade de outros órgãos do Palácio do Planalto.
Caberia recordar também as curiosas circunstâncias do “nascimento” da SAEI.
Em todos os palácios presidenciais existe alguma unidade encarregada de lidar com crises, conhecidas por designações como
“sala de situação”; “sala de guerra”, “centro