Lição de vida
Aceitei o cargo de professora de alunos de 6 a 12 anos com graves dificuldades de aprendizagem e comportamento, que tinham passagem por várias escolas. Até então nenhum programa do distrito conseguira atender às suas necessidades. Outra professora e eu tínhamos passado semanas ensinando às crianças o comportamento apropriado em público. Naquele dia específico, jogaríamos golfe em miniatura e almoçaríamos num restaurante. Milagrosamente, apenas alguns alunos, entre os quais Kyle, não tinham merecido o privilégio de ir. Ele estava decidido a fazer com que todos soubessem do seu desapontamento.
No corredor entre as salas de aula, Kyle começou a gritar, praguejar, cuspir e derrubar tudo o que estivesse ao seu alcance. Assim que a explosão passou, ele fez o que sempre fizera ao se zangar em todas as outras escolas, em casa e até, certa vez, num centro de detenção juvenil. Fugiu.
A multidão de espectadores que se reunira durante a cena observou com descrença Kyle atravessar correndo o intenso tráfego matutino diante da escola. Ouvi alguém gritar:
– Chamem a polícia!
Mas não consegui ficar ali parada. Corri atrás dele. Kyle era pelo menos um palmo e meio mais alto que eu. E veloz. Os irmãos mais velhos eram astros na pista de corrida da escola secundária vizinha. Mas eu