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O JORNALISTA COMO PROFISSIONAL E O JORNALISTA COMO PESSOA
Alberto Manuel Vara Branco
Doutorado em Ciências de Educação
Professor Coordenador do Ensino Superior Politécnico
Coordenador do Curso de Comunicação Social
Introdução
Falar sobre um tema como a Ética da informação implica fazer uma abordagem às condicionantes que, no mundo de hoje, intervêm e influenciam a sociedade ao nível da difusão da informação. Esta difusão ocorre através de processos complexos em que a Ética tem, por vezes, um lugar mal definido ou pouco significativo.
A reflexão sobre este tema será direccionada, essencialmente, para os factores que determinam o comportamento dos órgãos de comunicação social e dos seus agentes, quando transmitem informação ao público.
Os agentes da comunicação social cedo se habituaram a não quebrar as regras de deontologia e, como tal, não é preciso fazer um esforço de memorização para ter presente o seu código. Este caracteriza-se como um conjunto de regras que pretendem criar algumas limitações, sem as quais se prejudicariam os cidadãos, nomeadamente em profissões que, normalmente, lidam com o grande público. Mesmo que algumas profissões não possuam o seu código deontológico acabam por ter as suas próprias regras.
Tudo aquilo que vai contra a moral é um crime contra a deontologia. O código deontológico é então uma extensão da Ética. Os profissionais devem agir, acima de tudo, com dignidade e lisura.
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Ponto I – Algumas considerações sobre a Ética e os dispositivos da informação A definição da dimensão ética pressupõe sobretudo os valores universais do progresso. Confrontados hoje com as disparidades que este ideal progressista comporta, a Ética corre o risco de se tornar numa dimensão relativa, subordinada a imperativos aleatórios e conjunturais de interesses das culturas e grupos de pessoas particulares.
Assistimos, assim, à constituição de uma ética relativista, fonte de uma moral de