livro
as esganadas
Exilado de Marília
Para Flavinha, sempre Ao amigo fraterno Hilton Marques, que, de novo, teve a paciência de ler e reler antes.
Obrigado.
Agradeço, pela valiosa colaboração nas pesquisas, a Paulo Scali, Bird Clemente,
Mario Sergio Cortella, Caio Franco,
Mário Eduardo Viaro, Darllan Donadio,
Derico Sciotti, Carla Camurati,
Paulo Vinicius Coelho, Luiz d.Rio,
Luiz Carlos Leal Prestes Junior,
Roger Ancilloti, Sergio Rabello Alves,
Cláudio Cerqueira Lopes, e Antônio Sérgio Ribeiro, arquivo vivo da nossa história. Também a Claudia Colossi, amiga e fiel escudeira.
... (Se eu casasse com a filha da minha lavadeira
Talvez fosse feliz.)
Visto isto, levanto-me da cadeira. Vou à janela.
O homem saiu da Tabacaria (metendo troco na algibeira
[das calças?).
Ah, conheço-o; é o Esteves sem metafísica.
(O Dono da Tabacaria chegou à porta.)
Como por um instinto divino o Esteves voltou-se e viu-me.
Acenou-me adeus, gritei-lhe Adeus ó Esteves!, e o universo
Reconstruiu-se-me sem ideal nem esperança, e o Dono da Tabacaria sorriu.
Álvaro de Campos (Fernando Pessoa),
“Tabacaria”
Diariamente, a mulher gorda morre uma série de pequenas mortes.
Shelley Bovey
prólogo
Outono de 1938
“Atenção, muita atenção, amigo ouvinte da rádio prg-3, Tupi do Rio de Janeiro! A Capital
Federal, conhecida pela tranquilidade que oferece a seus habitantes, enfrenta momentos de insegurança e mistério! Três jovens de conhecidas famílias da sociedade carioca sumiram sem deixar vestígios, num intervalo de poucos dias. O caso assemelha-se às tramas de fitas de suspense do cinema americano. Nosso estimado chefe de polícia, capitão Filinto Müller, promete uma breve solução para o caso. O eminente militar declarou que a presteza das investigações nada tem a ver com o fato das desaparecidas serem filhas de figuras proeminentes do Estado, pois, segundo ele, no governo democrático do presidente Getúlio
Vargas todos os brasileiros