Livro Sapiencial
O Livro dos Provérbios Situação Histórica "Provérbios de Salomão, filho de Davi, rei de Israel".
Assim começa o Livro dos Provérbios, também denominado "Provérbios de Salomão" ou "Máximas de Salomão" (pseudonímia). O autor do livro, agindo desta forma, envia os leitores a este rei que, segundo 1Rs 4,24, havia pronunciado um grande número de cantos e de máximas (cf. Pr 10,1; 25,1)1
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Posição no Cânon
Na Bíblia Hebraica, este livro faz parte dos Escritos (ketûbîm) e na tradução grega dos LXX encontra-se entre os livros poéticos e proféticos, chamado paroimivai = máximas, que refletem aquilo que o homem experimenta no cotidiano da sua existência.
O livro é uma coleção de provérbios em 31 capítulos, onde o material poderia pertencer a qualquer época. A comparação com os similares da literatura egípcia, mesopotâmica e confrontos lingüísticos com o Ugarítico sugerem que muito do material presente no livro é antigo, isto é, pré-exílico. Permanece, todavia, impossível pretender uma datação precisa.
Sobre a redação final, as coleções individuais refletem épocas e ideias bem diversas. O livro foi gerado num longo período, que provavelmente, estende-se do século VII a.C. (Pr 25,1-29,7) ao século II a.C. (Pr 31,10-31), não permitindo que se trace uma situação histórica que determine a pátria ou o contexto de cada um dos Provérbios. a) A sabedoria
A sabedoria de Provérbios se centra acima de tudo nos âmbitos da vida que não são regulados por ordenanças cúlticas ou mandamentos expressos pelo Senhor. Por essa razão, a maior parte do livro não se refere a temas propriamente religiosos. Refere-se, muito mais, aos temas que são específicos da existência humana, seja na sua dimensão pessoal (o indivíduo) ou coletiva (a família e a sociedade em geral): a educação (13.24), a família (12.4; 19.14; 21.9; 31.10-31), o adultério (6.24; 23.27), o relacionamento entre pais e filhos (10.1; 28.24; 30.17), o relacionamento entre o rei e os seus súditos