Livro Minayo - Cap. 4 - Resenha
Romeu Gomes
1 INICIANDO NOSSA CONVERSA
Ao analisar e interpretar informações geradas por uma pesquisa qualitativa, devemos caminhar tanto na direção do que é homogêneo quanto no que se diferencia dentro de um meio social.
Na descrição as opiniões dos informantes são apresentadas da maneira mais fiel possível, como se os dados falassem por si próprios; na análise o propósito é ir além do descrito, fazendo uma decomposição dos dados e buscando as relações entre partes que foram decompostas e, por último, nainterpretação – que pode ser feita após a análise ou após a descrição – busca-se sentidos das falas e das ações para se chegar a uma compreensão ou explicação que vão além do descrito e analisado.
Feitas essas observações, são apresentadas orientações sobre duas formas metodológicas para realizar a análise e interpretação de dados, que são:Análise de Conteúdo e o Método de Interpretação de Sentidos.
2 ANÁLISE DE CONTEÚDO: HISTÓRIA E CONCEITUAÇÃO
A Análise de conteúdo surgiu no início do século XX, num cenário em que predominava o behaviorismo.
A estratégia de análise de conteúdo – que passou por várias formas de efetivação ao longo do século passado – inicialmente era concebida a partir de uma perspectiva quantitativa.
Após a primeira metade do século passado, observamos muitas controvérsias sobre a técnica propriamente dita, seu grau de cientificidade e sobre sua eficácia. As discussões dividiram teóricos e pesquisadores, entre os que defendiam a perspectiva quantitativa da técnica e os que defendiam a perspectiva qualitativa. Contudo, alguns autores também buscavam uma conciliação dos termos.
A história da análise de conteúdo se encontra muito bem sistematizada por Bardin (1979). O uso da análise de conteúdo é bastante variado. Bardin (1979) menciona a análise de conteúdo como um conjunto de técnicas, indicando que há várias maneiras para analisar conteúdos de materiais de pesquisa.