Livro de salmos
De acordo com Paul R. House, em seu livro introdutório ao Antigo Testamento,
“Nenhum outro livro do AT possui o escopo histórico e teológico que se vê em Salmos. Como documento teológico, o livro abrange toda uma gama de confissões bíblicas sobre o caráter, a atividade e os interesses do Senhor [...] Os principais acontecimentos da história israelita – a criação, a vida de Abraão, o Êxodo, a conquista, a monarquia, o exílio, a volta à terra – são mencionados para dar sustentação às declarações do livro acerca do dia-a-dia”
Cada salmo é uma oração a Deus e a respeito Dele, abordando o seu caráter e sua obra e aplicando tudo isso ao cotidiano israelita. Por essa razão, existem salmos que mudam o tom repentinamente, dando uma impressão de bipolaridade do autor, que lamenta a sua situação e depois louva o Senhor que pode livrá-lo das terríveis circunstâncias.
Como brasileiros (bastante influenciados pelo modelo europeu de arte), estamos acostumados a um tipo de poesia recheados de rima e forma de escrita definida, como um soneto, que é um poema composto por dois quartetos e dois tercetos. Mas o poema hebraico é constituído de uma forma diferente, como bem nos lembra o Dr. Russel Shedd:
“A poesia hebraica não consiste em rima, mas principalmente na repetição da idéia numa sentença paralela, como por exemplo: “Não nos trata segundo os nossos pecados, nem nos retribui consoante as nossas iniqüidades”. A atenção a esse paralelismo pode de vez em quando ajudar-nos a interpretar palavras obscuras por meio da forma paralela mais clara.”
Parece que o hebreu tinha uma grande preocupação em deixar claro o seu pensamento, fazendo isso por repetição, o que gera na leitura dos salmos uma sensação de redundância. Porém, não podemos negar que essa forma torna a idéia mais bela, além de atingir o objetivo de ensino.
Ainda segundo Shedd, os salmos também são escritos de outra forma:
“Outro artifício frequentemente encontrado é a