Literaturas de língua espanhola no ensino médio: por que não?
Normalmente, é comum reduzir a língua a uma única função, a de se comunicar, deixando de lado por completo toda a complexidade histórica, literária e cultural que existe por trás do ensino de uma língua estrangeira. Nesse ambiente, as
Orientações Curriculares para o Ensino Médio1 foram elaboradas com o sentido de orientar às escolas a não simplesmente valorizar a língua no âmbito inst rumental e profissional, mas também entendê-la como um meio de integrar o estudante como cidadão, fazendo com que a língua aprendida tenha uma comunicação intercultural.
Elas propõem que o ensino supere “o caráter puramente veicular”
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e que trabalhe
“as linguagens não apenas como formas de expressão e comunicação, mas como constituintes de significados, conhecimentos e valores” 3.
Nesse estudo, o foco de interesse são os capítulos dois (Conhecimentos de
Literatura), três (Conhecimentos de Línguas Estrangeiras) e quatro (Conhecimentos de Espanhol), centrados na Teoria do Letramento, descrita nas OCEM.
Estes capítulos estão fundamentados basicamente na Teoria do Letramento, conceituada como “modos culturais de usar a linguagem”,4 diferente dos modos tradicionais aprendidos na escola.
A escolha das OCEM como objeto de análise justifica-se pela sua importância na busca de uma educação que objetiva qualidade. Assim, ao serem utilizadas como suporte para orientar as práticas de ensino de língua estrangeira, poderá contribuir na educação que visa à formação do indivíduo.
Com o pensamento em formação do cidadão e letramento , acreditamos que a inserção de Literaturas em aulas de Espanhol como Língua Estrangeira5 melhoraria a educação dos estudantes em termos de desenvolvimento cultu ral e linguístico, podendo ajudá-los a adotar uma postura crítica dentro e fora contexto escolar.
Para uma discussão coerente e esclarecedora, a primeira parte deste trabalho faz uma fundamentação teórica sobre Letramento e suas implicações para o
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Doravante