Literatura
O louco da loucura mais suprema.
A Terra é sempre a tua negra algema,
Prende-te nela a extrema Desventura. Mas essa mesma algema de amargura,
Mas essa mesma Desventura extrema
Faz que tu'alma suplicando gema
E rebente em estrelas de ternura. Tu és o Poeta, o grande Assinalado
Que povoas o mundo despovoado,
De belezas eternas, pouco a pouco... Na Natureza prodigiosa e rica
Toda a audácia dos nervos justifica
Os teus espasmos imortais de louco
1. O eu lírico do texto vive um drama existencial, representado pela ação de cavar o infinito. A propósito da 1ª estrofe do soneto, responda:
a) Que verbos sugerem a ação de cavar?
b) Que instrumento o eu lírico utiliza para cavar o infinito? 2. De acordo com o texto, o eu lírico, enquanto cava, abafa queixas e gritos da alma. Observe que, na escavação do infinito, o eu refere-se a “Sonho”, “Ânsias”, “Desejos” e, na última estrofe, diz cavar “os abismos das eternas ânsias”.
a) O que se supõe ser o “infinito” cavado?
b) O que provavelmente o eu lírico busca encontrar?
c) De acordo com a 3ª estrofe, pode-se dizer que o eu lírico encontrou o que procura? 3. Releia a última estrofe e, com base nela, responda:
a) É possível afirmar que o processo de escavação terminou ou continua? Por quê?
b) Que sentimento acompanha o eu lírico nesse processo? 4. O poema “O Assinalado” põe em destaque a própria criação poética.
a) Qual é a visão do eu lírico acerca do trabalho do poeta? Justifique sua resposta, explicando também o título do poema.
b) Considerando o contexto racionalista e científico do final do século XIX, interprete estes versos: Tu és o Poeta, o grande Assinalado
Que povoas o mundo despovoado,
De belezas eternas, pouco a pouco... 5. Compare os dois poemas.
a) Aponte semelhanças entre eles quanto às ideias e à visão de mundo.
b)