Literatura h.dobal- a serra das confusões

A SERRA DAS CONFUSÕES

Depois de obras que apresentavam grande dose de lucidez desencantada, H.Dobal surgiu com A serra das Confusões (publicado em 1978). A falta de conveniência, neste livro, se reveste numa denúncia da transfiguração de valores sociais tidos como fundamentais, como os políticos, os judiciais, os religiosos e os familiares. O contraste entre o que esses tipos humanos institucionais (ou não) deveriam representar e o que, na verdade, representam causa o riso cáustico, satírico e combatente do livro. A crítica irônica é o viés desta obra. Nela, H.Dobal nos põe em contato com o melhor e o pior do humano: corrupção, traição, vingança, amor, espontaneidade, mentira,e etc. A crítica social é marcada, especialmente aos poderes do Estado. Por exemplo, nos poemas “O Promotor” e “O Padre”.

O PROMOTOR

Lopes, o promotor

que exigia continência

dos soldados do posto,

anoiteceu na comarca,

mas não amanheceu.

Fugiu da justiça dos cidadãos:

aproveitou-se da noite,

como quis se aproveitar

de uma menor.

O PADRE

O padre Pereira,

povoador dos sertões,

jogador de gamão,

fumante inveterado,

escandalizava o bispo distante.

Mas quantas vezes,

na paz da paróquia,

restava absorto, calado,

como se ouvisse no silêncio da noite

o vôo dos anjos sobre as torres da igreja

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA OBRA:

Crítica irônica

Texto conciso (resumido) - em poucas linhas H.Dobal colocava um personagem de pé! e em poucas linhas constrói personagens típicos de muitos sertões.

Objetividade - Alguns críticos falam qe ele fazia suas obras literárias como um engenheiro faz uma obra, de forma direta e objetiva.

Senso de