Literatura Portuguesa II
Aluna: Ana Beatriz Pessoa Mesquita
Questão 1) “Se o Barroco, com o seu luxo e sua pompa, foi uma arte feita pela e para a aristocracia do Antigo Regime, o Arcadismo é a expressão artística e ideológica da burguesia em ascensão”. Os árcades buscaram se distanciar dos barrocos, dada a fundamentação político-social a eles adjacentes. O Arcadismo, escola literária surgida no século XVIII, é a reprodução, no campo artístico, dos novos ideais da Burguesia ascendente e surgiu, no cenário cultural, como uma reverberação do plano social e filosófico, sendo uma oposição aos aristocratas, classe outrora dominante.
Ao contrário do Barroco, que prezava pelo exagero nas formas (hipérbatos e paradoxos, por exemplo) e os raciocínios complexos, a escola árcade buscava ser um contraponto aos ideais barrocos (vazios e escondidos por trás da “pompa aristocrática”, do ponto de vista árcade). A influência da cultura greco-latina também aparece como um retorno ao Classicismo e desprezo pela Idade Média, período de domínio socioideológico da Aristocracia (e Igreja). Também são características do conteúdo, no Arcadismo: o equilíbrio, o paganismo e o antropocentrismo. Na Literatura, essa distinção se dava pela busca da simplicidade, da leveza e da clareza como plano de fundo para suas obras. Regido por conceitos como o fugere urbem – fuga da cidade/ fuga da urbanidade e reencontro com a Natureza – Carpe Diem – valorização do presente/ do hoje – e Aurea mediocritas – predomínio do racionalismo frente à emoção, o homem árcade deixa de lado o individualismo/subjetivismo do Barroco, em face ao universalismo. Há, assim, a valorização de um vocabulário simples, da ordem direta das frases e dos versos brancos.
Questão 2) Com base no artigo “Almeida Garret e o cânone romântico” (texto 4 da disciplina, da Regina Zilberman) e nos comentários de sala de aula sobre obras de Almeida Garret (incluindo poemas como “Barca Bela”, “Não te amo” e “Este