O ato de ler é um processo abrangente e complexo; é um processo de compreensão, de entender o mundo a partir de uma característica particular ao homem: sua capacidade de interação com o outro através das palavras, que por sua vez estão sempre submetidas a um contexto. Dentro desse mesmo entendimento, Souza (1992) afirma: “Leitura é, basicamente, o ato de perceber atribuir significados através de uma conjunção de fatores pessoais com o momento e o lugar, com as circunstâncias. Ler é interpretar uma percepção sob as influências de um determinado contexto. Esse processo leva o individuo a uma compreensão particular da realidade”. Vislumbramos em Freire(1989) este olhar sobre leitura quando nos diz que a “leitura do mundo” precede a leitura da palavra, ou seja, a compreensão do texto se dá a partir de uma leitura crítica, percebendo a relação entre o texto e o contexto. Um leitor crítico não é apenas um decifrador de sinais, mas sim aquele que se coloca como co-enunciador, prendendo um diálogo com o escritor, sendo capaz de construir o universo textual e produtivo na medida em que refaz o percurso do autor, instituindo-se como sujeito do processo de ler. A literatura é como uma manifestação de sentimentos e palavras, que conduz a criança ao desenvolvimento do seu intelecto, da personalidade, satisfazendo suas necessidades e aumentando sua capacidade crítica. Ouvir histórias tem uma importância que vai além do prazer, pois é através de um conto/ou de uma história, que a criança pode conhecer coisas novas, para que efetivamente sejam iniciados a construção da linguagem, da oralidade, valores e sentimentos, idéias, os quais ajudarão na sua formação pessoal. Acredita-se que o gosto pela leitura se constrói através de um processo longo e que é fundamental para o desenvolvimento de um leitor crítico. É na escola que identificamos e formamos leitores, por isso, a literatura é indispensável na escola como meio necessário para que a mesma compreenda o que acontece ao seu redor