Literatura Infanto Juvenil
Este trabalho relata a importância sobre os aspectos da obra infanto-juvenil de Monteiro Lobato e seu papel na formação educacional brasileira.
Desenvolvimento
Assim, edificando uma extensa produção, o escritor de Taubaté adentra o mercado editorial brasileiro com aventuras que conseguem a aceitação imediata entre as crianças.
Tais publicações, por ainda não serem avaliadas pela crítica como literatura, apenas integrarão os currículos escolares com absoluto fervor na segunda metade do século XX, quando são contemplados como objetos artísticos. Até aqui, são entendidos como manifestações de caráter inferior, incorporados por algumas escolas a serviço de “práticas pedagogizantes”.
Como o próprio romancista comenta em O Poço do Visconde, nos anos 30, seus escritos são aclamados pelos garotos e adolescentes e, paralelamente, vituperados por professores e pedagogos, que encontram na insubordinação de Emília um modelo a ser extirpado dos colégios.
Com a revisão da obra lobatiana e o boom da literatura infanto-juvenil nos anos 60, a saga dos netos de D. Benta é exposta nos livros didáticos de Língua Portuguesa, que enfocavam o trabalho pautado nas categorias Leitura, Texto e Exercícios.
Os compêndios que se fazem presentes no espaço escolar, como salienta Chiappini (in GERALDI, 1999), contribuem com a fragmentação entre o ensino de língua e o de literatura: “Ontem, como hoje, dificilmente conseguimos integrar o estudo da língua e o estudo da literatura. Sempre as aulas de língua tenderam a se concentrar na gramática, estudada abstratamente, através de exemplos soltos, de frases pré-fabricadas sob medida para os fatos gramaticais a exemplificar ou a exercitar” (p.18)
Não haverá, com o tempo, alterações significativas nesses procedimentos metodológicos, os quais serão parcialmente mantidos no decorrer das décadas. Segundo Zilberman (1982), a expansão do ensino brasileiro no século XX se apresenta vinculada ao crescimento da indústria